Estão vendendo Jesus. E muitos estão comprando. O que é para ser uma relação de amor e fé está sendo tratado por alguns como uma relação comercial. Assim como muitos fazem suas compras pela internet e pagam antecipadamente usando o cartão de crédito, vemos "consumidores da salvação" exigindo seus direitos e tratando a Bíblia como um Código de Defesa do Consumidor. Os dízimos e as ofertas se tornaram o pagamento a partir do qual muitos passam a cobrar de Deus uma vida de prosperidade. Então é pecado ter dinheiro e bens? Não. O pecado é barganhar isso com Deus, como se Ele tivesse a obrigação de dar algo a alguém. Imagine como seria o livro de Jó se ele fosse adepto da "Teologia da Prosperidade". Teria ficado revoltado na primeira adversidade.
Estão fazendo da igreja um comércio de bens e serviços. De repente, você passou a precisar do sabonete ungido no Monte das Oliveiras. Para ser livre e ter paz, é preciso frequentar por quatro semanas o culto de "desencapetamento total" (plagiando o termo dito pelo pastor Fábio). Nada contra igrejas que têm cultos temáticos e específicos, alguns muito interessantes. Existe culto específico de ensinamento, onde há mais ênfase na Palavra de Deus. Existe culto de louvor e adoração, onde a música dedicada a Deus terá um espaço maior naquele dia. Mas existem os cultos onde a grande estrela é o "pregador fulano", que faz e acontece, como se o poder estivesse nele e não em Jesus.
Letícia Zacca.
